O que a ONU diz sobre barco com brasileiro interceptado por Israel
Barco com ativistas que tentava levar ajuda humanitária para Gaza foi interceptado por Israel no domingo, antes de chegar ao destino final
atualizado
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Interceptada no último domingo (8/6) pela Marinha de Israel, a Coalizão da Flotilha da Liberdade (FFC), que operava o barco em que o ativista brasileiro Thiago Ávila viajava a caminho da Faixa de Gaza, diz que a embarcação foi contido em águas internacionais. O que contraria a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS).
No artigo 87 da UNCLOS, fica estabelecido que a interceptação em águas internacionais só é permitida em alguns casos, como suspeita de pirataria, tráfico de armas ou uma guerra declarada contra o Estado da bandeira do navio.
Antes de deter o barco Madleen, e os doze ativistas que tentavam entrar em Gaza, o governo israelense alegou que a embarcação se aproximava da área de um bloqueio naval imposto contra o enclave palestino em 2009, cujo objetivo era impedir atividades e o abastecimento do grupo extremista Hamas.
De acordo com o grupo de ativistas pró-Palestina, que buscava levar ajuda humanitária ao enclave palestino, a embarcação foi interceptada por forças israelenses na altura 31°57’08.5″N 32°23’19.7″E. Distante do bloqueio naval imposto contra Gaza por Israel – considerado legal pela ONU -, segundo informação divulgadas pelo Ministério dos Transportes e Segurança Rodoviária.
Veja:

Ao anunciar a operação contra a flotilha, o governo de Israel não indicou ter apreendido materiais proibidos com os ativistas, que justificasse a interceptação com base na convenção da ONU.
Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores de Israel apenas informou que os ativistas tentavam realizar um “truque de mídia para publicidade”, e classificou o Madleen como um “iate de selfies”.
Ajuda humanitária para a Faixa de Gaza
Em 1º de junho, o Madleen saiu da Itália rumo a Faixa de Gaza, carregando alimentos e medicamentos para a população palestina, após três meses de um bloqueio imposto por Israel no enclave. Durante o período, moradores da região foram privados de receber ajuda humanitária.
Ao todo, a tripulação da embarcação era composta por doze ativistas, entre eles Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila.
Depois de serem detidos, os doze ativistas aram por exames médicos e foram encaminhadas para a deportação. Ávila, no entanto, continua preso em um centro de detenção após se recusar a os documentos necessários para deixar a região, por entender que não cometeu nenhum crime.