Mesmo com acordo entre EUA e China, maioria das bolsas da Europa recua
Apesar de Donald Trump ter anunciado acordo com a China, investidores reagiram com cautela diante da falta de detalhamento das medidas
atualizado
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O anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e China, nesta quarta-feira (11/6), não foi suficiente para evitar a queda da maioria dos índices das bolsas de valores da Europa.
Apesar de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter afirmado nas redes sociais que o acordo está “fechado”, investidores reagiram com cautela diante da falta de detalhamento das medidas.
O que aconteceu
- O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas europeias listadas em bolsas, fechou o dia em queda de 0,27%, aos 551,64 pontos.
- Em Frankfurt, na Alemanha, o índice DAX cedeu 0,16%, aos 23,9 mil pontos.
- Na Bolsa de Paris, o CAC 40 fechou o pregão com perdas de 0,36%, aos 7,7 mil pontos.
- Em Madri, o Ibex 35 recuou 0,61%, aos 14,1 mil pontos.
- Entre os principais indicadores europeus, a exceção foi o FTSE 100, da Bolsa de Londres, que terminou a sessão em leve alta de 0,13%, aos 8,8 mil pontos.
- O segmento que registrou a maior valorização desta quarta-feira foi o de óleo e gás, com ganhos de 0,72%, impulsionado pela alta dos contratos futuros de petróleo. O setor de automóveis, por outro lado, recuou 0,42%.
EUA e China fecham acordo
Representantes dos governos de EUA e China, as duas maiores economias do mundo, que vêm travando uma intensa guerra comercial desde o início do ano, anunciaram que chegaram a um princípio de acordo que pode sacramentar uma “trégua” na disputa comercial.
Os detalhes do acordo preliminar esboçado entre os dois países não foram divulgados, mas negociadores norte-americanos e chineses se disseram otimistas em relação a um desfecho positivo nas próximas horas. Os termos do acordo serão apresentados aos presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
“Chegamos a um marco para implementar o consenso de Genebra. Assim que os presidentes aprovarem, buscaremos implementá-lo”, limitou-se a dizer o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, a repórteres, em Londres.
O representante comercial do governo norte-americano, Jamieson Greer, afirmou aos jornalistas que não há novas reuniões marcadas, mas disse que ambos os países se comunicam “com frequência” e podem conversar “sempre que se fizer necessário”.
“Esperamos que o tema das terras-raras e ímãs, no que se refere aos Estados Unidos da América, seja resolvido dentro da implementação desse marco,” afirmou Howard Lutnick.
“Além disso, houve várias medidas que os EUA adotaram quando essas terras-raras deixaram de ser enviadas. Vocês devem esperar que essas medidas sejam retiradas, como o presidente Trump disse, de forma equilibrada. Quando eles aprovarem as licenças, vocês devem esperar que a nossa implementação de restrições às exportações também seja reduzida”, prosseguiu o secretário de Comércio dos EUA.
Pouco depois das declarações dos representantes do governo dos EUA em Londres, Trump foi às redes sociais e confirmou o acordo com a China.
“Nosso acordo com a china está feito, sujeito à aprovação final do presidente Xi e de mim. Ímãs completos e quaisquer terras raras necessárias serão fornecidos, de primeira, pela China”, escreveu Trump.
Segundo Trump, o acordo comercial ficou definido com taxas recíprocas impostas pelos EUA à China, de 55%, e taxas chinesas de 10% sobre produtos norte-americanos.
O presidente dos EUA acrescentou que a aceitação de estudantes chineses nos EUA faz parte do acordo.
“Da mesma forma, forneceremos à China o que foi acordado, incluindo estudantes chineses que utilizam nossas faculdades e universidades (o que sempre foi bom para mim)”, destacou o presidente norte-americano.
O acordo ainda permitirá o ingresso de estudantes chineses nos EUA, durante a cruzada do governo de Trump contra Harvard e alunos estrangeiros.